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A História de Souleymane estreia nos cinemas dia 22 de maio

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Várias Salas de Cinemas
Uma história Sobre Decolonialismo

A História de Souleymane tem direção de Boris Lojkine e atuação de Abou Sangaré e aborda o tema da imigração na França, o filme chega às salas de cinema esse mês.

Os países outrora colonialistas fundaram o racismo estrutural e sistêmico, ao invadirem e reduzirem as pessoas de fora do continente europeu a não humanos. Essa situação permanece até hoje. No entanto, hoje temos um processo de decolonialismo que se empodera a cada dia. Não temos mais a subserviência e essa população está acordando para a defesa. Sorte deles que eles não querem vingança.

Nesse contexto, somos apresentados ao filme A História de Souleymane, vencedor do prêmio do Júri de melhor ator para Abou Sangaré, no papel principal, na mostra Un Certain Regard, da edição 2024 do Festival de Cannes e de quatro prêmios César em fevereiro último. O diretor, Boris Linkine, lança mão de uma aproximação realista e documental. Esta abordagem cênica leva o espectador para dentro da realidade de preconceito a partir da bicicleta do entregador guineense Soulaymane Sangaré, escancarando as contradições históricas da sociedade francesa.

A partir dos olhos de Abou Sangaré, exploramos os sentimentos, a incerteza, a dor, o frio, a insegurança, a doçura e a força. O ator, ele mesmo imigrante, rouba a cena ao viver o personagem título. Lojkine leva o espectador, por intermédio de sua câmera intensa, ao agito dos tempos modernos. Entre o trânsito caótico de uma grande capital e o cotidiano acelerado de quem precisa ganhar a vida, o longa aborda temas contemporâneos que resgatam a força do cinema como motor de grandes discussões.

Assim como o personagem do longa metragem o ator Abou Sangaré é um imigrante. Mesmo premiado, ainda enfrenta obstáculos na busca da regularização de sua situação na França. Há 7 anos no País, ele tenta obter a residência, que já foi negada três vezes. No ano passado, quase sofreu uma deportação, mas conseguiu uma autorização de permanência. Nada obstante, ainda não pode trabalhar como mecânico, profissão para a qual se preparou.

Diplomado da École Normale, Boris Lojkine decide, ao final de seu doutorado, deixar a universidade para ir ao Vietnã, onde realiza dois documentários: Ceux qui restent (2001) e Les âmes errantes (2005). Esses longas-metragens abordam, do ponto de vista vietnamita, o luto impossível de homens e mulheres cujas vidas foram marcadas pela guerra.

Com Hope (2014), sua primeira ficção, ele muda de continente para se aprofundar na África dos migrantes. O filme é apresentado na Semana da Crítica em Cannes e recebe dezenas de prêmios em festivais internacionais. Em 2019, o biopic dramático Camille ganha o prêmio do público no festival de Locarno, além dos prêmios Valois e Lumière de Melhor Atriz para Nina Meurisse.

O filme chega às salas em co-distribuição entre a Bonfilm e a O2 Play

Direção: Boris Lojkine
Elenco: Abou Sangare, Nina Meurisse, Alpha Oumar Sow
Duração: 1:33 h
Gênero: Drama
Classificação Etária: Livre

Cristovam Freitas

Meu nome é Cristovam Freitas. Brasileiro, meia idade, aficcionado por literatura, cinema e principalmente teatro. Tutor de caninos e felinos. Morando em Brasília, mas com o coração enterrado no Rio de Janeiro.

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