O BSB Art visitou a Caixa Cultural Brasília e conheceu os acervos em exposição desse importante espaço de difusão artística, todos reunidos no Arte Em Processo.
O acervo de artes da Caixa Econômica Federal é impressionantemente rico e belo, com obras de Glauco Rodriges que encantam com a delicadeza e a pureza de traços. Todo são releituras de obras anteriores. Quando olhei para o quadro São João, uma canção imediatamente me veio à memória: “Olha pro céu meu amor, veja como ele está lindo…”. Já a obra Natal une elementos cristãos e originários do Brasil, mas com um cristo de aparência nacional.
Na outra ala, encontramos estudos, desenvolvimentos e quadros acabados de Newton Cavalcanti. Este expoente das artes plásticas traz o sertão de Minas Gerais, histórias populares e eventos históricos aos seus quadros. Ele se utiliza de várias técnicas e traz um clima talvez tenebroso para alguns, mas isso evoca a dureza da vida naquela terra. O quadro que me chamou a atenção foi Tiradentes. Isso porque antes de saber do que se tratava, pensei que fosse uma retratação de canudos.
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Os Quatro de Bagé
Depois da imersão nesse Brasil simbólico e sertanejo, somos levados ao espaço onde se encontram as obras dos Quatro de Bagé: Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar. Os quadros nos levam ao ambiente da primeira metade do Séc. XX, e a transição entre a Ditadura Vargas e o período em que Getúlio retorna, eleito pelo povo.
Os quatro artistas tinham forte ligações com a cultura europeia, mas não se deixaram contaminar pelo capitalismo de lá. Na verdade, trazem fortes influências marxistas e questionam a situação dos trabalhadores rurais do Sul brasileiro, em diversos quadros. Neles somos expostos às duras condições de trabalho dos Pampas. Além disso, eles também expõem os raros e importantes momentos de descanso dos trabalhadores.
Frequências Urbanas
Nessa visita guiada fomos levados ao primeiro andar, onde nos deparamos com a exposição Frequências Urbanas. Nela estão expostas obras de artistas contemporâneos, em projetos que reúnem artistas brasileiros, franco-congolês, francês, tunisiano e estadunidense. Todas as obras são direcionadas para o diálogo das contemporaneidades.
São provocações sobre decolonialidade, mudanças climáticas, injustiças sociais, alta concentração de renda, extrema pobreza e as soluções possíveis para o nosso ponto de inflexão. Todas as obras nos fazem pensar sobre o processo criativo e a importância desses artistas que compartilham a realidade do Brasil e do mundo. Esse é o papel da arte, expor os problemas e as positividades que surgem nos olhos dos artistas. Essas abordagens estéticas fornecem uma perspectiva crítica do mundo como ele realmente é, mas também imaginam o mundo como ele poderia ser.
O evento Arte em Processo continua até o final de junho e apresenta obras que compõem o Acervo CAIXA.
Informações Arte em Processo
Local: Caixa Cultural Brasília
Data: Até 29 de Junho • Terça a Domingo – 9:00 h às 21:00 h
Classificação Indicativa: Livre
Ingresso: Entrada Franca
Mais Informações: Clique Aqui