Primeira edição brasileira do Festival Vulica entrega 11 obras que trouxeram novas cores ao centro comercial de Brasília.
A sexta edição do Festival Vulica Brasil fez história em Brasília nas últimas semanas, ao transformar o Conic e o Setor Comercial Sul em verdadeiras galerias de arte a céu aberto. Durante 14 dias, artistas nacionais e internacionais revitalizaram a paisagem urbana do centro da capital modernista, imprimindo cores, formas e narrativas que refletem tanto a individualidade de cada criador quanto o espírito coletivo da arte pública.
O festival de arte urbana Vulica nasceu em Minsk, na Belarus, onde protagonizou uma revolução cultural. Por causa dele, a Rua Oktyabrskaya se transforou num epicentro criativo. A partir daí, a rua ficou conhecida como Rua Brasil, por causa do destaque dessa modalidade artística. Este ano, o festival estreou em Brasília, cidade de arquitetura singular e energia cultural vibrante.
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Patrocínio fundamental da Petrobrás Cultural
Há 11 anos na cena, o Vulica Brasil é o quinto festival mais tradicional do gênero no mundo. O projeto em Brasília tem aprovação da Seleção Petrobrás Cultural. Por causa disso, se consolida como uma das mais relevantes iniciativas de arte urbana no País. Mais do que colorir muros, o Vulica Brasil se propôs a fortalecer a arte urbana local. Por isso, transforma espaços públicos em ambientes vivos, interativos e inspiradores. Nesse sentido, é capaz de aproximar artistas e comunidade.
Com curadoria diversa, a edição brasileira apresentou o maior número de mulheres artistas da história do festival. Entre os destaques estiveram JUMU (Alemanha/Peru), Ledania (Colômbia), Rowan Bathurst (EUA), Hanna Lucatelli(SP) e Juliana Lama (BSB). A presença feminina foi acompanhada por grandes nomes da cena urbana brasileira, como o coletivo Bicicleta Sem Freio (GO), Toys Daniel (BSB), Enivo (SP), Rafael Sliks (SP), além de L7Matrix (SP) e Zéh Palito (SP), que participaram de edições na Belarus.
Cada mural inaugurado trouxe uma narrativa potente. Enivo apresentou “Trilha”, um monumental tributo à resistência e à força coletiva dos artistas negros. A dupla Bicicleta Sem Freio reafirmou sua identidade visual com a obra “Cobra Criada & Master Blaster”, de cores chapadas e surrealismo tropical. Já L7Matrix, com “Luminous Veil”, explorou contrastes de luz e sombra em um mural que revela uma entidade oculta sob o dourado.
Obras de forte impacto
As artistas legaram obras impactantes, Hanna Lucatelli pintou um mural que celebra o feminino de forma poética, em escala monumental, enquanto Juliana Lama trouxe “sono sonho som”, trabalho que reflete sobre a importância do descanso e do sonho para a criação. Rowan Bathurst apresentou “A Flecha do Tempo”, mural que conecta gerações de mulheres, da Vênus de Willendorf às mulheres contemporâneas. Ledania & Shaday Gomez trouxeram a obra “A ansiedade altera a percepção da realidade”, inspirado no fenômeno psicológico, mostrando como a ansiedade fragmenta a percepção, fazendo a mente criar imagens irreais.
Outros nomes também emocionaram o público. Toys Daniel, em conexão afetiva com sua cidade natal, trouxe personagens lúdicos inspirados em sua “Toysland”. Rafael Sliks transformou um edifício icônico do Conic, com sua caligrafia abstrata, evocando ritmo e respiração urbana. Zéh Palito homenageou a importância do lazer e da prosperidade negra em um mural repleto de vitalidade. E JuMu apresentou fusão entre padrões, cores e técnicas, criando um mundo próprio baseado na sua herança latino-americana.
O resultado está disponível nas paredes gigantes do Conic e em vários prédios do Setor Comercial Sul. Não deixe de visitar essa obras fantásticas.