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CCBB recebe exposição Paisagens Ruminadas

Quando:
17/09 - 09:00h   a   10/11 - 21:00h
Local:
CCBB Brasília

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Retrospectiva Paisagens Ruminadas de Luiz Zerbini

O Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, apresenta Paisagens Ruminadas, de Luiz Zerbini, referência da arte brasileira.

“Viver é ruminar paisagens”. Este é o mote da primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 das artes plásticas no Brasil. A exposição Paisagens Ruminadas tem curadoria de Clarissa Diniz e acontecerá nas galerias 2, 3 e 5 do CCBB Brasília. A exposição já esteve no CCBB do Rio de Janeiro, patrocinada pelo Banco do Brasil por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A retrospectiva conta com 140 obras e algumas delas inéditas. Nela, o público pode mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e observar a jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias se reconfiguram de forma involuntária. Para isso, a curadoria dividiu a exposição em cinco núcleos temáticos, os quais conduzem os visitantes por uma paisagem visual em constante transmutação.

Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.

Os cinco núcleos são:

Viver é ruminar paisagens. Este núcleo tem a intenção de afirmar a centralidade da paisagem para a prática artística de Luiz Zerbini. Sua paisagística não se restringe à pintura ou a linguagens específicas, mas constitui um método e criação e de experimentação que, tanto na arte quanto na vida, tem atravessado seus quase 50 anos de trabalho. Um dos destaques deste núcleo é a obra de dimensões monumentais (250 x 394 cm) “High Definition” (2009). Ela marca o retorno de Zerbini às pinturas figurativas depois de alguns anos dedicados ao trabalho com o grupo Chelpa Ferro.

O lugar de existência de cada coisa. Reúne obras que apresentam algumas das estratégias de Zerbini para forjar os “lugares de existência” de sua obra. O artista combina as tradições naturalistas da representação da paisagem com o interesse pela fabulação, pela memória, pela alegorização, pelo onírico, pelo poético. Neste núcleo, são apresentados objetos que estão presentes nas pinturas, explorando a ideia de “o lugar de existência de cada coisa”, também no espaço expositivo, como em “Mesa Mar” (2017).

Da natureza alegórica da paisagem: Massacre de Haximu e Primeira Missa. Na última década, a ruminação que caracteriza a alegórica paisagística de Luiz Zerbini revelou sua vocação histórica. Pois ela oferece luz a pinturas que releem o Brasil e suas representações artístico-políticas. Nessa direção, o artista tem combinado signos e personagens em grandes paisagens alegóricas que revisitam a historicidade. Através dessa fabulação crítica, ela refaz leituras históricas e aviva memórias de resistência e insurgência.

Desse exercício emergem obras que confrontam iconograficamente as narrativas oficiais do país, as quais comumente apagam as memórias da violência social que caracteriza a constituição colonial da nação.  O terceiro núcleo da exposição destaca duas dessas obras – “Massacre de Haximu” (2020) e “Primeira Missa” (2014). As duas navegam entre sua alegorização para nelas revelar as ruminações histórico-artísticas de Zerbini.

Eu paisagem. A paisagística de Luiz Zerbini não alimenta a cartesiana separação entre o eu e o outro, a natureza e a cultura, o ponto de vista e o ponto de fuga. O quarto núcleo da mostra apresenta obras que, assim como “eu paisagem” (1998), exploram as implicações entre ‘retratado e retratante’ ou ‘o sujeito e a cena’. Isso reconhece que a subjetivação é inerente aos territórios, aos objetos, às plantas, ao acaso, ao vazio, etc.

Não é só sobre o que se vê. Como escreve num poema do livro “Rasura”, para Zerbini, uma obra visual “não é só sobre o que se está vendo”. Pois é também sobre “o que se pensa quando se está sentindo o que se está ouvindo quando se está vendo”. O último núcleo da exposição traz obras cuja inscrição paisagística se estende para além das referências visuais, acionando leituras sonoras, espaciais, rítmicas ou vibráteis. 

Miragem, (2004), é composta num momento em que Zerbini trabalha intensamente junto ao Chelpa Ferro. Por isso é possível ver como o artista articula alguns de seus principais interesses da época: a paisagem, a geometria e a sonoridade/musicalidade.

Data: De 17 de setembro a 10 de Novembro • De terça a domingo – Das 9:00 h às 21:00 h
Local: Galerias 02, 03 e 05 do CCBB Brasília – SCES, Trecho 2, Lote 22 – Brasília/DF
Classificação indicativa: livre  
Entrada Gratuita: Retire Aqui

Cristovam Freitas

Cristovam Freitas, brasiliano, sessentão, aficcionado por teatro, literatura e cinema. Morando em Brasília, mas o coração está enterrado no Rio de Janeiro.

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