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A Língua de Eulália: Novela Sociolinguística

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O Livro Trata a Sociolinguística Como Ela Deve Ser Tratada


O livro A Língua de Eulália é uma novela sociolinguística que nos conta, de uma maneira muito sensível, sobre um processo de alfabetização.

É um encontro de professoras que dialogam sobre a alfabetização de uma pessoa adulta e idosa que sonha em aprender a ler e escrever. O autor nos apresenta uma maneira de reavaliar todo o processo de aquisição da leitura e escrita, respeitando a linguagem e a cultura de quem está sendo alfabetizado. Sem imposição de uma norma culta, carregada de preconceitos e desvalorização da linguagem mais simples, usada por pessoas que não tiveram a chance de aprender ainda em idade escolar.

Marcos Bagno nos mostra de maneira clara e de fácil compreensão, como o preconceito linguístico se torna um impedimento para a aquisição da leitura e escrita por pessoas que não falam de acordo com a norma padrão. Além de nos mostrar o quanto a desinformação nos leva a falta de respeito por nossa diversidade cultural. A Língua de Eulália é uma leitura obrigatória para professores, professoras e todos que amam a Educação.

Nossa tradição educacional insiste em negar a existência de uma pluralidade de normas linguísticas dentro do universo da língua portuguesa. A própria escola não reconhece que a norma padrão culta é apenas uma das muitas variedades possíveis no uso do português e rejeita de forma intolerante qualquer manifestação linguística diferente, tratando muitas vezes os alunos como deficientes linguísticos.

Marcos Bagno argumenta que falar diferente não é falar errado e o que pode parecer erro no português não-padrão tem uma explicação lógica, científica (linguística, histórica, sociológica, psicológica). Para explicar essa problemática, o autor reúne no livro A Língua de Eulália: Novela Sociolinguística as universitárias Vera, Sílvia e a esperta Emília. Isso enquanto elas passam as férias na chácara da professora Irene. Sempre muito dedicada, Irene se reúne todos os dias com as três professoras do curso primário e transforma suas férias numa espécie de atualização pedagógica. É dessa forma que as alunas reciclam seus conhecimentos linguísticos.

Mais do que isso, Irene acaba criando um apoio para que as meninas passem a encarar, de uma nova maneira, as variedades não-padrão da língua portuguesa. A novela flui em diálogos deliciosamente informativos. O livro trata a sociolinguística como ela deve ser tratada: com seriedade, mas sem sisudez.

Marcos Bagno é professor de Lingüística da Universidade de Brasília (UnB), escritor e tradutor, com dezenas de livros publicados no campo da sociologia da linguagem e do ensino de português. Além disso, Marcos tem obras dedicadas ao público infanto-juvenil e diversos prêmios. Desde a publicação de A Língua de Eulália, em 1997, seu primeiro livro no campo da educação lingüística, ele se torna um dos lingüistas mais conhecidos do Brasil. Principalmente devido à sua militância contra toda forma de exclusão social por meio da linguagem e sempre a favor da valorização de todos os múltiplos modos de falar.

Ele também atua na pesquisa e na proposta de novos caminhos para a educação em língua materna, mas com ênfase nas noções de letramento e de reeducação sociolingüística.

Editora: ‎Contexto – 17ª edição (1 novembro 1997)
Idioma: ‎Português
Formato: Capa Comum – 224 páginas
ISBN-10: ‎9788572443975
ISBN-13: ‎978-8572443975
Idade de leitura: ‎12 anos e acima
Dimensões: ‎21 x 13.8 x 1.4 cm
Ranking: Nº 194 em Linguística
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Denise Machado

Professora, amante da literatura.

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