Terminei de reler o livro Budapeste, do Chico Buarque de Holanda, que narra a história de José Costa, o escritor fantasma apaixonado por idiomas.
O que é mais interessante para mim, nesse livro, é que fala de duas cidades que eu conheço. Uma é minha paixão, o Rio de Janeiro. Na outra, passei 4 dias em 2008 e a experiência foi péssima. José Costa, o personagem, é um escritor fantasma, ou seja, uma pessoa que escreve para outrem publicar. Por conta disso, foi a Istambul numa espécie de encontro de escritores fantasmas. Quando retornava para o Rio, o voo teve uma escala forçada em Budapeste e ele teve de ficar duas noites lá.
Assim como eu, José Costa tem imensa facilidade de aprender idiomas estrangeiros e o Húngaro é um idioma dificílimo. Nas palavras do autor, a única língua que o diabo respeita. Também como eu, José Costa é um anti-herói. Tudo em sua vida é fracasso. Fracassou no casamento, na relação com o filho, na relação amorosa com a húngara Kriska e o filho dela.
Mas as descrições das cidades são cheias de vida e têm um sabor encantador, que só um grande poeta sabe traduzir para a prosa. A minha experiência pessoal ficou apagada com a leitura do livro e até me deu vontade de voltar lá, para ter novas experiências. Quem sabe, retirar a péssima impressão que tive dos húngaros. Por outro lado, eu amo o Rio de Janeiro e suas belas paisagens, seu jeitão relaxado de ser, a vida exalando nas ruas e a diversidade dos habitantes.
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Sinopse
Ao concluir a autobiografia romanceada O ginógrafo, a pedido de um bizarro executivo alemão que fez carreira no Rio de Janeiro, José Costa, um escritor fantasma de talento fora do comum, se vê diante de um impasse criativo e existencial.
Narrado em primeira pessoa, combinando alta densidade com um senso de humor muito particular,
Budapeste é a história de um homem exaurido por seu próprio talento, que se vê emparedado entre duas cidades, duas mulheres, dois livros, duas línguas e uma série de outros pares simétricos. Elementos que conferem ao texto o caráter de espelhamento, mas que permeia todo o romance. O livro ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro de 2003 e o IV prêmio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, em 2005.
Sobre o Autor
Chico Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Compositor, cantor e ficcionista, publicou, além das peças Roda viva (1968), Calabar, escrita em parceria com Ruy Guerra (1973), Gota d’água, com Paulo Pontes (1975) e Ópera do malandro (1979). Além disso, a novela Fazenda Modelo (1974) e os romances Estorvo(1991), Benjamim(1995), Budapeste (2003),Leite derramado(2009), O irmão alemão(2014) e Essa gente (2019). Em 2019, venceu o prêmio Camões de literatura.
Ficha Técnica
Editora: Companhia das Letras; 2ª edição (10 setembro 2003)
Idioma: Português
Capa Comum: 176 páginas
ISBN-10: 8535904174
ISBN-13: 978-8535904178
Dimensões: 22.2 x 15 x 1.8 cm
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