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A Morte nas Mãos de Quem?

Local:
CREAS - Cidade Estrutural

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Uma história sobre o medo da morte

O espetáculo A Morte nas Mãos de Quem? traz luz ao medo da violência vivido cotidianamente pela comunidade LGBTQIAPN+, e revela essa situação angustiante.

A Morte nas Mãos de Quem conta a história de Sereno Soares, vivido por Vinícius Ávlis, e suas angústias no questionamento sobre a finitude humana. Pesadelos envolvendo o medo da morte assombram a vida desse personagem. Em contraste, entra em cena Áureo, interpretado por Fábio Aurélio Garcia, cuja sensibilidade permite captar a beleza intrínseca de Sereno e por isso, consegue encorajá-lo a abraçar a vida, apesar das adversidades.

O texto traz à tona o cotidiano da maior parte dos integrantes da comunidade LGBTQIAPN+, diariamente ameaçado pelo risco de sofrer violência, ser morto ou morta, vilipendiado ou vilipendiada, pelo simples fato de ser quem é. Essa inquietação e esse desconforto são o fio condutor da ação levada à cena por Vinícius e Fábio.

As vivências do autor como homem gay e periférico são a inspiração e a motivação dramatúrgica deste texto. Segundo ele, “O medo de me tornar mais um número nessas estatísticas do Brasil; o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo”, afirma Ávlis, que buscou o poder político do teatro como ferramenta de denúncia. “Eu queria levantar, através do teatro, esses questionamentos”, reflete.

Esta nova montagem conta com a direção de Fernanda Jacob e esse ingrediente acrescenta novas camadas à peça. Segundo Vinícius, o olhar de Fernanda dá  “Camadas de sutileza… os dois personagens que antes estavam em uma angústia ferrenha com o medo da morte, ganham o lugar do afeto. Essa relação se fortalece e eles ganham uma outra maturidade”.

Levar “A morte nas mãos de quem?” para apresentações na Cidade Estrutural é um ato simbólico; uma vez que esta é uma das regiões administrativas do DF com maior percentual de moradores evangélicos. “Muitas igrejas que ainda não estão abertas ao diálogo, e reverberam um discurso de ódio em relação à comunidade LGBT”; afirma Vinícius. Ele lembra a importância de abrir espaços para reflexão e diálogo onde ainda não há esta representatividade. “É uma oportunidade para que a gente se escute acima de tudo, para que essa discussão seja de forma afetiva. E nada mais potente do que isso ser feito através do teatro, da arte, da cultura”, celebra.

Ficha Técnica

Elenco: Vinícius Ávlis e Fábio Aurélio Garcia
Dramaturgia: Vinícius Ávlis
Direção: Fernanda Jacob
Produção: Interlúdio Produções Fotografia: Vladimir Luz 
Cinegrafia: Alisson Gonçalves
Realização: Coletivo Arar
Apoio: Espaço Multicultural Casa dos Quatro

Serviço

Local: CREAS da Cidade Estrutural – Á. E. 09- Estrutural, St. Central, DF SCIA, EPCL, Brasília – DF
Datas:  31 de Maio, 01, 02, 07, 08 e 09 de Junho • Sextas e Sábados – às 20:00 h • Domingos – às 19:00
Classificação Indicativa: 16 anos
Entrada Franca

Cristovam Freitas

Cristovam Freitas, brasiliano, sessentão, aficcionado por teatro, literatura e cinema. Morando em Brasília, mas o coração está enterrado no Rio de Janeiro.

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