A trajetória dos irmãos João e Arthur Timótheo da Costa será contada e cantada no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília.
O espetáculo Os Irmãos Timótheo da Costa, dirigido por Luiz Antônio Pilar, com dramaturgia de Claudia Valli e direção musical de Muato estreia no CCBB. A peça é mais um resgate da memória da cultura afrobrasileira, apagada pelo racismo.
“Trata-se de uma peça decolonial, um nome bonito para a retomada da narrativa da história de pretos e indígenas, sendo contada por artistas e pensadores dessas duas etnias. É trazer à luz os heróis e artistas melaninados e originários, colocando-os no palco, nas pautas e nas conversas“, relata Luiz Antônio Pilar.
– Continua Depois da Publicidade –
Relatos sobre racismo no princípio do Séc. XX e saúde mental dos negros
Jeniffer Dias vive a personagem Irene, uma pesquisadora contemporânea empenhada em escrever uma peça sobre João e Arthur Timótheo da Costa. Ela havia ouvido falar dos dois uma vez e nunca os esqueceu. Ela pesquisa suas vidas e descobre que, como tantos personagens negros, eles estão apagados da história e quase não há material sobre eles. Somente um pesquisador focou na obra e não na vida dos irmãos.
Irene, então, vai desvendando a história dos artistas e chega à realidade do negro pós abolição. Além disso, trata do racismo da Belle Époque carioca, da hipocrisia da sociedade racista e da epidemia de doenças mentais de pessoas pretas.
A dramaturga Claudia Valli observa que “somos até capazes de superar o ódio, o desprezo, a violência, mas o esquecimento é insuperável, pois ele nos trata como se nunca tivéssemos sido“. Por isso, a importância de trazer à baila uma peça que resgata parte dos nomes que o apagamento histórico apagou. Esses nomes são fundamentais para a cultura nacional.
“O esquecimento e o apagamento são sentimentos irmãos que cospem na nossa cara a rejeição de toda uma sociedade. De toda uma História. Você não é porque não merece ser. Você não é porque não faz parte de nós” relata a dramaturga. O eurocentrismo dominante impõe esse apagamento e acaba por esconder a genialidade de indivíduos que contribuíram para a construção do País.
– Continua Depois da Publicidade –
Precursores do Modernismo brasileiro
Claudia lembra ainda: “Os dois, precursores do modernismo brasileiro, foram esquecidos pela Semana de 22. E, aos poucos, foram apagados da História da Arte Brasileira. Assim como o avô deles, o genial maestro Henrique Alves de Mesquita, que foi de músico de maior destaque nacional e internacional ao mais absoluto esquecimento.”
Para o diretor Luiz Antônio Pilar, já virou uma missão criar espetáculos com a narrativa decolonial. “Recentemente, um crítico me definiu como ‘um mestre em retratar histórias de grandes artistas, como Candeia, Ataulfo Alves, Leci Brandão, entre outros. Não só no teatro, mas também na TV e no Cinema‘ De fato, tenho feito espetáculos sobre diversas personalidades pretas, homens e mulheres, artistas ou não”, relata o diretor.
“João e Arthur Timótheo da Costa são personagens esquecidos pela História da Arte Brasileira.
Informações Espetáculo Os Irmãos Timótheo da Costa
Local: Teatro I do CCBB Brasília
Data: 20 de Novembro a 07 de Dezembro • Quinta a Sábado – 20:00 h • Domingo – 18:30 h
Duração: 90 minutos
Classificação Indicativa: 12 anos
Ingresso: Compre Aqui
Oficina de Teatro e Audiovisual
A oficina propõe uma imersão prática e reflexiva sobre as possibilidades criativas que o audiovisual oferece ao teatro contemporâneo. A partir da análise de espetáculos recentes e de exercícios em grupo, os participantes explorarão o uso de câmeras em cena, projeções e outros elementos visuais integrados à dramaturgia.
Informações
Local: CCBB
Data: 21 de Novembro – 14:00 h
Carga Horária: 3 Horas
Ministrante: Luiz Antônio Pilar
Público Alvo: Atores, Diretores, Produtores Técnicos e Estudantes de Teatro e Audiovisual
Inscrições: Bilheteria do CCBB Brasília • Dia 20 de Novembro – A partir de Meio Dia
